quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Consciência Negra

Celebrado no dia 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra é dedicado à reflexão sobre a importância da cultura e da história do negro no Brasil. Nesse dia, no ano de 1695, morreu Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência à escravidão, que pagou com a própria vida o alto preço da liberdade.
Primeiras ideias
Em 2003, o Congresso Brasileiro aprovou uma lei federal criando o Dia da Consciência Negra. A mesma lei tornou obrigatório o estudo sobre a história e cultura afro-brasileiras nas escolas.
A data foi escolhida pelo Movimento Negro Brasileiro, por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, um dos mais conhecidos líderes da resistência negra no Quilombo dos Palmares, localizado na Serra da Barriga, atual estado de Alagoas. Foi nesse dia, no ano de 1695, que Zumbi dos Palmares foi traído e morto depois lutar uma vida pela liberdade.
Relembrar as características culturais dos afrodescendentes é uma forma de reconhecer a importância de sua presença na formação social e cultural do Brasil e, sobretudo, reconhecer o valor da conquista de sua liberdade a preço de sangue e luta.
 
Sobre Zumbi dos Palmares
Zumbi nasceu em Palmares. Com poucos dias de vida, foi sequestrado e entregue a um padre que o batizou com o nome de Francisco. Aos 15 anos, Francisco, que havia aprendido português e latim, fugiu e voltou para o quilombo, onde mudou seu nome para Zumbi, que significa “Senhor da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo” no idioma africano banto. Daí em diante chefiou os negros nos combates contra bandeirantes e capangas dos fazendeiros que queriam escravizá-los novamente. Morreu aos 40 anos de idade.

Você sabia?

A palavra quilombo vem de kilombo, da língua quimbundo. Já era usada nas regiões de Congo e Angola, onde significava diversas formas de organização, como mercados e feiras, acampamentos guerreiros, vilas e povoados.
No Brasil, até final do século XIX, a palavra era usada para se referir aos agrupamentos formados por africanos e seus descendentes que resistiam à escravidão. Hoje, o termo tem uma forte ligação com a luta pela terra.
Segundo a Fundação Cultural Palmares <www.palmares.gov.br>, quilombolas são descendentes de africanos escravizados que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo dos séculos. Um levantamento da Palmares mapeou 3 524 comunidades quilombolas no Brasil.
Kilombo, quilombo, quilombola. Disponível em: <http://www.disquequilombola.com.br/quilombola/origens/>. Acesso em: 22 out. 2014.
Refletindo sobre valores
Dê ênfase a valores como aceitação das diferenças, respeito, reconhecimento pela cultura do outro.
Atividade coletiva
Como atividade coletiva, sugerimos trabalhar um circuito que inclui uma história, um filme, um curta-metragem, uma brincadeira e uma música.
1. Comece a atividade pela história. Sugerimos para este momento três livros: Panquecas de Mama Panya, Um safári na Tanzânia e ABC do continente africano. Para qualquer livro de sua escolha proceda do mesmo modo:
 
a)   Antes da leitura, descubra o que os alunos sabem sobre o continente africano.
  • - Projete um mapa-múndi na parede e circule a região que pertence ao continente africano. Diga que esse continente é rico em cultura e diversidade.
  • - Conte aos alunos que, no início de nossa história, navios mercantes passavam pelo continente africano, sequestravam homens, mulheres e crianças de diversos países e os vendiam aqui no Brasil aos fazendeiros. Essas pessoas passavam a ser propriedade do fazendeiro, que tinha o direito de decidir sobre a vida de seus escravos.
  • - A casa da fazenda que servia de moradia para os escravos se chamava senzala. Foi dentro das senzalas que os africanos  cuidaram de preservar sua identidade, cultura e a grandeza de sua raça.
  • - Integrados à cultura brasileira, deram um aspecto afro para nosso modo de ser. Por isso, conhecer a cultura africana é conhecer também as raízes da cultura brasileira.
b)   Organize os alunos em roda e leia o livro de sua escolha, mostrando as ilustrações. Pergunte:
  • - Onde se passa a história?
  • - Que costumes a obra retrata?
  • c)   Entregue aos alunos uma folha de papel sulfite e peça a eles que dobrem a folha em quatro partes iguais. Depois, solicite que recontem a história em quatro partes, uma parte para cada dobra do papel.
2. Dando continuidade aos trabalhos com a cultura africana, faça a projeção do filme Kiriku e a Feiticeira. O filme, dirigido por Michel Ocelot, retrata uma lenda africana em que um recém-nascido superdotado, que sabe falar, andar e correr muito rápido, se incumbe de salvar sua aldeia de Karabá, uma feiticeira terrível.
a)   Depois de assistir ao filme, explore as relações de similaridade entre Kiriku e a Feiticeira e o livro lido anteriormente.
b)   Peça aos alunos que escrevam um comentário sobre o filme.
 
3. Na sequência, assista com os alunos ao curta-metragem Disque quilombola. Para ter acesso ao filme, contate <contato@disquequilombola.com.br>.
a) Depois de ver o curta, pergunte aos alunos sobre o significado do Disque Quilombola.
b)  Construa com eles um telefone de latinha semelhante ao usado pelas crianças quilombolas e… divirtam-se!
 
4. Para concluir o circuito de atividades, trabalhe a música África, do grupo Palavra Cantada. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=QjlmRDk9ktI>. Acesso em: 22 out. 2014.
 
Sistematizando
Organize a sala em grupos e peça aos alunos que pesquisem sobre a influência afro na cultura brasileira:
a)  na alimentação;
b)  na música;
c)  nas danças;
d)  no esporte;
e)  na língua;
f)  nos costumes.
No retorno da pesquisa, converse a respeito das curiosidades e descobertas. Em seguida, estenda um papel Kraft no chão e construa um painel coletivo. Inclua os dizeres: Aos afrodescendentes, nossa gratidão. Salve 20 de novembro. Salve o Dia da Consciência Negra. 
 
Saiba mais
Centro Afro Carioca de Cinema. Disponível em: <http://afrocariocadecinema.org.br/heranca-africana-reverencia-a-todos-os-africanos-que-por-ali-passaram/videos/>. Acesso em: 22 out. 2014.
 
Disque Quilombola. Disponível em: <http://www.disquequilombola.com.br/>. Acesso em: 22 out. 2014.
 
Especial: Dia da Consciência Negra. Disponível em: <http://arquivo.geledes.org.br/areas-de-atuacao/educacao/planos-de-aula/11850-especial-dia-da-consciencia-negra-112011>. Acesso em: 22 out. 2014.

Fonte: http://educavalores.edicoessm.com.br/2014/11/15/consciencia-negra/

Nenhum comentário:

Postar um comentário