segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Leitura etnicorracial


Nome da Autora: Laura Lopes de Paiva
Nome do Coautor: Luci Portero Batilana Instituição:
Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes
Município / Estado: Maringá-PR
Conteúdo: Leitura etnicorracial
Série: 5ª
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Relato


Esta atividade “Lendo e descobrindo o mundo da diversidade” foi elaborada como requisito de avaliação final do Curso Gênero e Diversidade na Escola, oferecido pela Universidade Estadual de Ponta Grossa em fevereiro de 2010. Foi desenvolvida pelas professoras Laura Lopes de Paiva na quinta série do Colégio Branca da Mota Fernandes e Luci Portero Batilana na quinta série do Colégio Marco Antonio Pimenta. A atividade possibilitou um intercâmbio entre os dois colégios porque as professoras trabalham com as mesmas turmas em períodos diferentes. Considerando que no cotidiano do ambiente escolar as relações sociais visam mudanças de valores em favor da construção de uma sociedade livre de toda e qualquer discriminação que sempre foi marcada por uma grande complexidade entre os sujeitos envolvidos. Numa tentativa de compreender o homem na sua totalidade a comunidade escolar desenvolve periodicamente atividades que visam solucionar problemas advindos da diversidade cultural, valorizando seu papel no contexto de cidadania. O tema é abordado sempre que surge no meio ambiente escolar, na medida em que vêm à tona as diferenças, contextualizando na contemporaneidade, no resgate da função político-social em denunciar as mazelas da sociedade e humanizar seus membros. Além de fazer as intervenções quando surge caso de enfrentamento ao preconceito, discriminação e exclusão motivados pela identidade de gênero e orientação sexual na comunidade escolar sejam entre estudantes e educadores no momento em que se fizer necessário. Por ser muito abrangente a população escolar ela contempla inúmeras diversidades tais como hábitos, costumes, comportamentos, crenças e valores, alteridade, invisibilidade dos sujeitos, preconceito racial, social, homofobia suscitando com que se tenha uma intervenção mais clara, objetiva imediata. Para tanto faz se uso de palestras, vídeos, música, leitura de artigos jornalísticos, estudo de casos e debates, discussões, reflexões, enfim instrumentalizar-nos


para transformar nossa prática pedagógica no intuito de desconstruir uma “verdade” e construí-la, conforme os pressupostos estabelecidos de gênero e diversidade na escola. E também, o acompanhamento na realização das atividades de leitura, produção textual e oralidade, segundo a temática abordada. Em relação ao Dia da Consciência Negra, são desenvolvidas diversas atividades tais como: pesquisa bibliográfica, leitura e dramatização de poemas, contos, jornal falado, jogral, a fim de esclarecer a história do Dia da Consciência Negra, como cultura afro-brasileira, a importância da data, e também, quem foi Zumbi dos Palmares e o porquê de ser considerado um herói brasileiro com a finalidade de educar os estudantes para o respeito e a valorização da diversidade com o devido respeito.


Objetivos pretendidos com a atividade proposta:


• Analisar a dimensão que os estereótipos raciais têm na configuração do preconceito e da discriminação;


• Ampliar o olhar sobre a riqueza da diversidade do Brasil a partir do ambiente escolar;


• Estudar as várias correlações entre gênero e sexualidade, gênero e orientação sexual, gênero e etnia, gênero e relações raciais, e ainda, refletir o quanto a diferença e a diversidade podem servir para distinguir os grupos, para separar, para discriminar ou segregar;

• Preparar os alunos para o enfrentamento das diversidades.


Justificativa e referencial teórico:

As relações étnico-raciais e o ensino da história e cultura afro-brasileira são incontestáveis, pois permeiam todas as ações humanas sejam elas no ambiente familiar, social e escolar. Para tanto faz se necessário a implementação de políticas públicas que objetivam uma educação de qualidade para todos e todas.

O papel da escola é de formação e desenvolvimento de cidadãos/cidadãs reconhecendo a influência da história e cultura afro em relação à cultura brasileira. Dando-lhe o valor merecido no contexto educacional, possibilitando o educando/ educanda a trilhar pelo caminho da cidadania de forma crítica dos condicionantes que determinam a situação que observamos atualmente no Brasil em relação aos afrodescendentes e o respeito ao outro/outra desconstruindo as diferenças e militando ações em prol de uma sociedade a ser construída de forma igualitária, homogênea com estereótipos que povoam a discriminação. É necessário o enfrentamento ao pensamento eurocêntrico, tal enfrentamento precisa ser feito diariamente na comunidade escolar, desconstruindo conceitos e paradigmas pré-concebidos. A instituição escolar é um espaço privilegiado de formação dos cidadãos e cidadãs, por isso, faz se necessário a contribuição da mesma em alterar esta discrepância histórica nacional, apresentadas pelas situações de exclusão e de invisibilidade às quais advêm desde a colonização Luzitana em relação a toda uma população de afrodescendentes e africanos. A construção dos ideais de justiça social e solidariedade já deveriam ser institucionalizadas recuperando as perdas culturais vividas pelas minorias raciais que lutam incansavelmente pelo o direito a uma visibilidade real que lhe é de direito, pois, preconceito, discriminação e desigualdade entrelaçam-se, são mecanismos que contribuem para produção e manutenção das desigualdades raciais e da estratificação social.
Portanto, é possível ver o início de uma pequena mudança com a implementação das cotas para negros no ensino superior. No que se refere à inclusão racial, os dados estatísticos, segundo a mídia, apontam que a mudança de perfil de aprovados é significativa e são as cotas raciais que garantem adversidade étnico-racial no perfil dos aprovados, refletindo também sobre a inclusão econômica. Pois a distribuição de renda em nosso país é desigual, as riquezas estão concentradas nas mãos de poucos, enquanto a maioria da população sobrevive de baixos salários. A partir do oferecimento das cotas para negros principia a justiça afinal devido às desigualdades sociais e econômicas as oportunidades para negros e brancos são bastante distintas. Assim, as cotas: racial e social aumentam a chance percentual de candidatos com renda familiar inferior, logo, deduz-se que a inclusão tanto racial quanto econômica confirmam as novas demandas específicas para construção de uma nova sociedade e que as cotas tornam o sistema universitário mais justo dentro de uma pluralidade racial e social.


Descrição da atividade (metodologia):


Foi selecionada a leitura de alguns paradidáticos na temática das Relações étnico-raciais.


Ação um: Apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, motivando-os a leitura dos paradidáticos: Pretinha, eu? Autor: Júlio Emílio Braz, e Menina Bonita do Laço de Fita, Autora: Ana Maria Machado e A cor da ternura Autora: Geni M. Guimarães.


Ação dois: Apresentação de vídeos referentes aos livros lidos e também do Poema Africano de (autor desconhecido).

Ação três: Audição da música: Racismo É Burrice de Gabriel Pensador.

Ação quatro: Discussão sobre a temática abordada na música desenhos interpretativos da letra.

Ação cinco: apresentação da fábula Galinha d’angola, autor: Rogério Andrade Barbosa.

Ação seis: apresentação do poema “Essa Nega Fulô” de Jorge de Lima.

Ação sete: apresentação da crônica: Albertine Disparue de Fernando Sabino (releitura do poema “Essa Nega Fulô” .


Ação oito: retomada da leitura: Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.


Ação nove: discussão e análise das personagens, identificação e caracterização da personagem central.

Ação dez: produção textual: biografia do autor e autobiografia.


Ação onze: retomada da leitura: A cor da ternura Autora: Geni M. Guimarães, intertextualizando-a com o livro Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.


Ação doze: intercâmbio entre as escolas com registro de depoimentos a respeito da leitura realizada do livro “A cor da ternura”.

Ação treze: confecção de cartaz ilustrando a cena preferida do livro “A cor da ternura”.

Ação quatorze: confecção de cartaz recriando a capa de um dos livros lidos.

Ação quinze: registro de imagens dos alunos envolvidos no projeto.

Ação dezesseis: criação de um blog com postam do projeto, registro de imagens dos alunos envolvidos e o resultado das avaliações do projeto.

Espaço físico onde deve ou pode ser realizada a atividade:

Sala de aula, biblioteca do colégio


Materiais necessários:

Livros, TV, pendrive, cd/DVDs/ lápis-de-cor, cartolina, tesoura, cola, papel sulfite, dobradura, papel camurça, xérox.

Meio de comunicação a ser utilizado, caso necessário:


Livros, TV, pendrive, cd/DVDs/ , mural, computador, câmera digital.

Tempo necessário à realização da atividade:


a) Para planejamento: 10 h/a

b) Para execução (cronograma)


Primeiro trimestre


Ação um: Apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, motivando-os a leitura dos paradidáticos: Pretinha, eu? Autor: Júlio Emílio Braz, e Menina Bonita do Laço de Fita, Autora: Ana Maria Machado e A cor da ternura Autora: Geni M. Guimarães.

Ação dois: Apresentação de vídeos referentes aos livros lidos e também do Poema Africano de (autor desconhecido).


Ação três: Audição da música: Racismo É Burrice de Gabriel Pensador.


Ação quatro: Discussão sobre a temática abordada na música desenhos interpretativos da letra.

Ação cinco: apresentação da fábula Galinha d’angola, autor: Rogério Andrade Barbosa.


Segundo trimestre


Ação seis: apresentação do poema “Essa Nega Fulô” de Jorge de Lima.


Ação sete: apresentação da crônica: Albertine Disparue de Fernando Sabino (releitura do poema “Essa Nega Fulô” .

Ação oito: retomada da leitura: Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.


Ação nove: discussão e análise das personagens, identificação e caracterização da personagem central.


Ação dez: produção textual: biografia do autor e autobiografia.

Terceiro trimestre

Ação onze: retomada da leitura: A cor da ternura Autora: Geni M. Guimarães, intertextualizando-a com o livro Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.

Ação doze: intercâmbio entre as escolas com registro de depoimentos a respeito da leitura realizada do livro “A cor da ternura”.

Ação treze: confecção de cartaz ilustrando a cena preferida do livro “A cor da ternura”.

Ação quatorze: confecção de cartaz recriando a capa de um dos livros lidos.

Ação quinze: registro de imagens dos alunos envolvidos no projeto.

Ação dezesseis: criação de um blog com postam do projeto, registro de imagens dos alunos envolvidos e o resultado das avaliações do projeto.

Descrição das/dos participantes/parcerias:


Alunos de quintas séries de ambos os sexos, equipe pedagógica da escola, equipe do GDE do NRE, intercâmbio entre as escolas Branca da Mota Fernandes e Marco Antonio Pimenta envolvendo alunos participantes.


Avaliação:


Será atribuída uma nota conforme o critério de avaliação estabelecido pela escola, bem, como observar-se-á o desenvolvimento cognitivo, intelectual durante todo o processo da aplicação da intervenção pedagógica.


Referências


BRAZ, Júlio Emílio: Pretinha, eu? São Paulo: Ática, 1996.


GUIMARÃES, Geni M; A cor da ternura Autora: São Paulo: Ática, 1986.

MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do Laço de Fita. São Paulo: Ática, 1986.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Curitiba: SEED, 2006.


SABINO, Fernando: O Homem Nu. Rio de Janeiro, José Olympio Editora, 1973.


Vídeo disponível em: http://www.slideshare.net/1950/poema-africano

http://www.uab.furg.br/file.php/1/01_sobre_o_curso/Genero/gde/index.html

Obs.: publicado em 30/09/2010 em http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=311

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