Nome da Autora: Laura Lopes de Paiva
Nome do Coautor: Luci Portero Batilana
Instituição:
Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes
Município / Estado: Maringá-PR
Conteúdo: Leitura etnicorracial
Série: 5ª
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Relato
Esta atividade “Lendo e descobrindo o mundo da
diversidade” foi elaborada como requisito de avaliação final do
Curso Gênero e Diversidade na Escola, oferecido pela Universidade
Estadual de Ponta Grossa em fevereiro de 2010. Foi desenvolvida pelas
professoras Laura Lopes de Paiva na quinta série do Colégio Branca
da Mota Fernandes e Luci Portero Batilana na quinta série do Colégio
Marco Antonio Pimenta. A atividade possibilitou um intercâmbio entre
os dois colégios porque as professoras trabalham com as mesmas
turmas em períodos diferentes. Considerando que no cotidiano do
ambiente escolar as relações sociais visam mudanças de valores em
favor da construção de uma sociedade livre de toda e qualquer
discriminação que sempre foi marcada por uma grande complexidade
entre os sujeitos envolvidos. Numa tentativa de compreender o homem
na sua totalidade a comunidade escolar desenvolve periodicamente
atividades que visam solucionar problemas advindos da diversidade
cultural, valorizando seu papel no contexto de cidadania. O tema é
abordado sempre que surge no meio ambiente escolar, na medida em que
vêm à tona as diferenças, contextualizando na contemporaneidade,
no resgate da função político-social em denunciar as mazelas da
sociedade e humanizar seus membros. Além de fazer as intervenções
quando surge caso de enfrentamento ao preconceito, discriminação e
exclusão motivados pela identidade de gênero e orientação sexual
na comunidade escolar sejam entre estudantes e educadores no momento
em que se fizer necessário. Por ser muito abrangente a população
escolar ela contempla inúmeras diversidades tais como hábitos,
costumes, comportamentos, crenças e valores, alteridade,
invisibilidade dos sujeitos, preconceito racial, social, homofobia
suscitando com que se tenha uma intervenção mais clara, objetiva
imediata. Para tanto faz se uso de palestras, vídeos, música,
leitura de artigos jornalísticos, estudo de casos e debates,
discussões, reflexões, enfim instrumentalizar-nos
para transformar nossa prática pedagógica no
intuito de desconstruir uma “verdade” e construí-la, conforme os
pressupostos estabelecidos de gênero e diversidade na escola. E
também, o acompanhamento na realização das atividades de leitura,
produção textual e oralidade, segundo a temática abordada. Em
relação ao Dia da Consciência Negra, são desenvolvidas diversas
atividades tais como: pesquisa bibliográfica, leitura e dramatização
de poemas, contos, jornal falado, jogral, a fim de esclarecer a
história do Dia da Consciência Negra, como cultura afro-brasileira,
a importância da data, e também, quem foi Zumbi dos Palmares e o
porquê de ser considerado um herói brasileiro com a finalidade de
educar os estudantes para o respeito e a valorização da diversidade
com o devido respeito.
Objetivos pretendidos com a atividade proposta:
• Analisar a dimensão que os estereótipos
raciais têm na configuração do preconceito e da discriminação;
• Ampliar o olhar sobre a riqueza da diversidade
do Brasil a partir do ambiente escolar;
• Estudar as várias correlações entre gênero
e sexualidade, gênero e orientação sexual, gênero e etnia, gênero
e relações raciais, e ainda, refletir o quanto a diferença e a
diversidade podem servir para distinguir os grupos, para separar,
para discriminar ou segregar;
• Preparar os alunos para o enfrentamento das
diversidades.
Justificativa e referencial teórico:
As relações étnico-raciais e o ensino da
história e cultura afro-brasileira são incontestáveis, pois
permeiam todas as ações humanas sejam elas no ambiente familiar,
social e escolar. Para tanto faz se necessário a implementação de
políticas públicas que objetivam uma educação de qualidade para
todos e todas.
O papel da escola é de formação e
desenvolvimento de cidadãos/cidadãs reconhecendo a influência da
história e cultura afro em relação à cultura brasileira.
Dando-lhe o valor merecido no contexto educacional, possibilitando o
educando/ educanda a trilhar pelo caminho da cidadania de forma
crítica dos condicionantes que determinam a situação que
observamos atualmente no Brasil em relação aos afrodescendentes e o
respeito ao outro/outra desconstruindo as diferenças e militando
ações em prol de uma sociedade a ser construída de forma
igualitária, homogênea com estereótipos que povoam a
discriminação. É necessário o enfrentamento ao pensamento
eurocêntrico, tal enfrentamento precisa ser feito diariamente na
comunidade escolar, desconstruindo conceitos e paradigmas
pré-concebidos. A instituição escolar é um espaço privilegiado
de formação dos cidadãos e cidadãs, por isso, faz se necessário
a contribuição da mesma em alterar esta discrepância histórica
nacional, apresentadas pelas situações de exclusão e de
invisibilidade às quais advêm desde a colonização Luzitana em
relação a toda uma população de afrodescendentes e africanos. A
construção dos ideais de justiça social e solidariedade já
deveriam ser institucionalizadas recuperando as perdas culturais
vividas pelas minorias raciais que lutam incansavelmente pelo o
direito a uma visibilidade real que lhe é de direito, pois,
preconceito, discriminação e desigualdade entrelaçam-se, são
mecanismos que contribuem para produção e manutenção das
desigualdades raciais e da estratificação social.
Portanto, é possível ver o início de uma
pequena mudança com a implementação das cotas para negros no
ensino superior. No que se refere à inclusão racial, os dados
estatísticos, segundo a mídia, apontam que a mudança de perfil de
aprovados é significativa e são as cotas raciais que garantem
adversidade étnico-racial no perfil dos aprovados, refletindo também
sobre a inclusão econômica. Pois a distribuição de renda em nosso
país é desigual, as riquezas estão concentradas nas mãos de
poucos, enquanto a maioria da população sobrevive de baixos
salários. A partir do oferecimento das cotas para negros principia a
justiça afinal devido às desigualdades sociais e econômicas as
oportunidades para negros e brancos são bastante distintas. Assim,
as cotas: racial e social aumentam a chance percentual de candidatos
com renda familiar inferior, logo, deduz-se que a inclusão tanto
racial quanto econômica confirmam as novas demandas específicas
para construção de uma nova sociedade e que as cotas tornam o
sistema universitário mais justo dentro de uma pluralidade racial e
social.
Descrição da atividade (metodologia):
Foi selecionada a leitura de alguns paradidáticos
na temática das Relações étnico-raciais.
Ação um: Apresentar aos alunos a riqueza da
diversidade étnico-cultural brasileira, motivando-os a leitura dos
paradidáticos: Pretinha, eu? Autor: Júlio Emílio Braz, e Menina
Bonita do Laço de Fita, Autora: Ana Maria Machado e A cor da ternura
Autora: Geni M. Guimarães.
Ação dois: Apresentação de vídeos referentes
aos livros lidos e também do Poema Africano de (autor desconhecido).
Ação três: Audição da música: Racismo É
Burrice de Gabriel Pensador.
Ação quatro: Discussão sobre a temática
abordada na música desenhos interpretativos da letra.
Ação cinco: apresentação da fábula Galinha
d’angola, autor: Rogério Andrade Barbosa.
Ação seis: apresentação do poema “Essa Nega
Fulô” de Jorge de Lima.
Ação sete: apresentação da crônica: Albertine
Disparue de Fernando Sabino (releitura do poema “Essa Nega Fulô”
.
Ação oito: retomada da leitura: Menina bonita do
laço de fita de Ana Maria Machado.
Ação nove: discussão e análise das
personagens, identificação e caracterização da personagem
central.
Ação dez: produção textual: biografia do autor
e autobiografia.
Ação onze: retomada da leitura: A cor da ternura
Autora: Geni M. Guimarães, intertextualizando-a com o livro Menina
bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.
Ação doze: intercâmbio entre as escolas com
registro de depoimentos a respeito da leitura realizada do livro “A
cor da ternura”.
Ação treze: confecção de cartaz ilustrando a
cena preferida do livro “A cor da ternura”.
Ação quatorze: confecção de cartaz recriando a
capa de um dos livros lidos.
Ação quinze: registro de imagens dos alunos
envolvidos no projeto.
Ação dezesseis: criação de um blog com postam
do projeto, registro de imagens dos alunos envolvidos e o resultado
das avaliações do projeto.
Espaço físico onde deve ou pode ser realizada a
atividade:
Sala de aula, biblioteca do colégio
Materiais necessários:
Livros, TV, pendrive, cd/DVDs/ lápis-de-cor,
cartolina, tesoura, cola, papel sulfite, dobradura, papel camurça,
xérox.
Meio de comunicação a ser utilizado, caso
necessário:
Livros, TV, pendrive, cd/DVDs/ , mural,
computador, câmera digital.
Tempo necessário à realização da atividade:
a) Para planejamento: 10 h/a
b) Para execução (cronograma)
Primeiro trimestre
Ação um: Apresentar aos alunos a riqueza da
diversidade étnico-cultural brasileira, motivando-os a leitura dos
paradidáticos: Pretinha, eu? Autor: Júlio Emílio Braz, e Menina
Bonita do Laço de Fita, Autora: Ana Maria Machado e A cor da ternura
Autora: Geni M. Guimarães.
Ação dois: Apresentação de vídeos referentes
aos livros lidos e também do Poema Africano de (autor desconhecido).
Ação três: Audição da música: Racismo É
Burrice de Gabriel Pensador.
Ação quatro: Discussão sobre a temática
abordada na música desenhos interpretativos da letra.
Ação cinco: apresentação da fábula Galinha
d’angola, autor: Rogério Andrade Barbosa.
Segundo trimestre
Ação seis: apresentação do poema “Essa Nega
Fulô” de Jorge de Lima.
Ação sete: apresentação da crônica: Albertine
Disparue de Fernando Sabino (releitura do poema “Essa Nega Fulô”
.
Ação oito: retomada da leitura: Menina bonita do
laço de fita de Ana Maria Machado.
Ação nove: discussão e análise das
personagens, identificação e caracterização da personagem
central.
Ação dez: produção textual: biografia do autor
e autobiografia.
Terceiro trimestre
Ação onze: retomada da leitura: A cor da ternura
Autora: Geni M. Guimarães, intertextualizando-a com o livro Menina
bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.
Ação doze: intercâmbio entre as escolas com
registro de depoimentos a respeito da leitura realizada do livro “A
cor da ternura”.
Ação treze: confecção de cartaz ilustrando a
cena preferida do livro “A cor da ternura”.
Ação quatorze: confecção de cartaz recriando a
capa de um dos livros lidos.
Ação quinze: registro de imagens dos alunos
envolvidos no projeto.
Ação dezesseis: criação de um blog com postam
do projeto, registro de imagens dos alunos envolvidos e o resultado
das avaliações do projeto.
Descrição das/dos participantes/parcerias:
Alunos de quintas séries de ambos os sexos,
equipe pedagógica da escola, equipe do GDE do NRE, intercâmbio
entre as escolas Branca da Mota Fernandes e Marco Antonio Pimenta
envolvendo alunos participantes.
Avaliação:
Será atribuída uma nota conforme o critério de
avaliação estabelecido pela escola, bem, como observar-se-á o
desenvolvimento cognitivo, intelectual durante todo o processo da
aplicação da intervenção pedagógica.
Referências
BRAZ, Júlio Emílio: Pretinha, eu? São Paulo:
Ática, 1996.
GUIMARÃES, Geni M; A cor da ternura Autora: São
Paulo: Ática, 1986.
MACHADO, Ana Maria. Menina Bonita do Laço de
Fita. São Paulo: Ática, 1986.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação.
Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Curitiba:
SEED, 2006.
SABINO, Fernando: O Homem Nu. Rio de Janeiro, José
Olympio Editora, 1973.
Vídeo disponível em:
http://www.slideshare.net/1950/poema-africano
http://www.uab.furg.br/file.php/1/01_sobre_o_curso/Genero/gde/index.html
Obs.: publicado em 30/09/2010 em
http://www.portugues.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=311
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